Alguns meses atrás eu estava precisando de uma extensão elétrica para ligar os vários equipamentos de meu aquário. Eu precisava de uma extensão com tomada para o plugue de padrão americano, com 2 pinos chatos e um redondo (muito comum nos computadores). Para minha surpresa só encontrei extensões com um novo padrão de tomada que nem conhecia. Fui em outro supermercado e só encontrei o novo padrão de tomada. Procurei nas lojas online que costumo comprar e foi a mesma decepção. Resolvi digitar "Nova tomada" no google e descobri o que estava acontecendo. O Conmetro (Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) publicou a resolução nº 11, de 20 de dezembro de 2006, que altera o padrão de tomadas e plugues usados no país, conforme norma NBR14136:2002 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
A minha primeira reação foi de indignação. Com tantos padrões diferentes pelo Mundo, criar mais um só pioraria a situação. Comecei a imaginar a perturbação que isto causaria na minha vida, afinal um geek como eu não pode ficar sem uma tomada. O que eu faria com os vários equipamentos eletro-eletrônicos que tenho? O que faria com os outros equipamentos que compraria no exterior?
Lembrei de uma amiga que é comissária de bordo de voos internacionais, que depende de um adaptador universal para carregar o celular dela, em qualquer tomada. Coitada, vai ficar sem comunicação com o Mundo pois não vai ter onde carregar seu celular. Ainda não existe um adaptador para este novo tipo de tomada.
Outros pensamentos começaram a me deixar revoltado. Comecei a buscar um motivo para tal alteração e só encontrei um, no momento. Tal mudança causaria um aumento de consumo de tomadas e plugues, ou seja, promoveria o crescimento econômico do setor.
Passada a irritação inicial, comecei a pesquisar mais sobre o assunto. Busquei a norma ABNT que trata do assunto e verifiquei que ela foi baseada na primeira edição da norma internacional 60906-1, da IEC (International Electrotechnical Commission), de 1986. Esta norma da IEC foi criada para tentar unificar os diversos padrões existentes pelo Mundo. Já existe uma segunda edição da norma internacional, publicada este ano, 2009, mas sem nenhuma alteração significante para nós, brasileiros. Seria o fim dos adaptadores e incompatibilidades. Infelizmente a norma não tinha sido adotada por nenhum país, até agora. Incrivelmente o Brasil foi o primeiro país a seguir a norma, com algumas adaptações. O importante é que a norma brasileira mantém uma compatibilidade física com a norma internacional, permitindo que plugues brasileiros se encaixem em qualquer tomada de países que adote a IEC, e vice-versa. Uma exceção é a tomada brasileira de 10A, que tem os orifícios menores que os plugues da IEC, mas para manter a compatibilidade basta instalar tomadas brasileiras de 20A.
Bem, o problema de incompatibilidade continua pois o Brasil ainda é o único país a adotar este padrão de plugue e tomada, mas achei a atitude louvável. É o primeiro passo para acabarmos com este caos que existe hoje no Mundo.
O outro motivo, mais louvável ainda, é que o novo padrão tem uma proteção maior contra choques elétricos acidentais. Existe um outro dispositivo, o DR, que pode perfeitamente proteger o usuário contra choques elétricos (sem precisar mudar um plugue ou tomada) mas o uso deste tipo de dispositivo não está bem difundido entre os brasileiros. Prometo escrever sobre o DR em texto futuro.
No sítio do INMETRO na internet existe uma lista das Dúvidas Frequentes. Achei bom mencioná-lo aqui pois tem explicações sobre as proteções incluídas no novo padrão. Só devo alertar que, diferente do que o INMETRO informa, existe sim um padrão internacional, só que o Brasil é o primeiro país a adotá-lo, como expliquei anteriormente.
Além do INMETRO, encontrei no sítio da Prime, empresa do setor de eletricidade, um documento com explicação mais completa sobre o novo padrão.
Deixo aqui meu pedido de desculpas ao Conmetro, por ter sido preconceituoso diante de minha ignorância sobre o assunto, agora sanada! Parabéns, Conmetro, pela iniciativa!
A minha primeira reação foi de indignação. Com tantos padrões diferentes pelo Mundo, criar mais um só pioraria a situação. Comecei a imaginar a perturbação que isto causaria na minha vida, afinal um geek como eu não pode ficar sem uma tomada. O que eu faria com os vários equipamentos eletro-eletrônicos que tenho? O que faria com os outros equipamentos que compraria no exterior?
Lembrei de uma amiga que é comissária de bordo de voos internacionais, que depende de um adaptador universal para carregar o celular dela, em qualquer tomada. Coitada, vai ficar sem comunicação com o Mundo pois não vai ter onde carregar seu celular. Ainda não existe um adaptador para este novo tipo de tomada.
Outros pensamentos começaram a me deixar revoltado. Comecei a buscar um motivo para tal alteração e só encontrei um, no momento. Tal mudança causaria um aumento de consumo de tomadas e plugues, ou seja, promoveria o crescimento econômico do setor.
Passada a irritação inicial, comecei a pesquisar mais sobre o assunto. Busquei a norma ABNT que trata do assunto e verifiquei que ela foi baseada na primeira edição da norma internacional 60906-1, da IEC (International Electrotechnical Commission), de 1986. Esta norma da IEC foi criada para tentar unificar os diversos padrões existentes pelo Mundo. Já existe uma segunda edição da norma internacional, publicada este ano, 2009, mas sem nenhuma alteração significante para nós, brasileiros. Seria o fim dos adaptadores e incompatibilidades. Infelizmente a norma não tinha sido adotada por nenhum país, até agora. Incrivelmente o Brasil foi o primeiro país a seguir a norma, com algumas adaptações. O importante é que a norma brasileira mantém uma compatibilidade física com a norma internacional, permitindo que plugues brasileiros se encaixem em qualquer tomada de países que adote a IEC, e vice-versa. Uma exceção é a tomada brasileira de 10A, que tem os orifícios menores que os plugues da IEC, mas para manter a compatibilidade basta instalar tomadas brasileiras de 20A.
Bem, o problema de incompatibilidade continua pois o Brasil ainda é o único país a adotar este padrão de plugue e tomada, mas achei a atitude louvável. É o primeiro passo para acabarmos com este caos que existe hoje no Mundo.
O outro motivo, mais louvável ainda, é que o novo padrão tem uma proteção maior contra choques elétricos acidentais. Existe um outro dispositivo, o DR, que pode perfeitamente proteger o usuário contra choques elétricos (sem precisar mudar um plugue ou tomada) mas o uso deste tipo de dispositivo não está bem difundido entre os brasileiros. Prometo escrever sobre o DR em texto futuro.
No sítio do INMETRO na internet existe uma lista das Dúvidas Frequentes. Achei bom mencioná-lo aqui pois tem explicações sobre as proteções incluídas no novo padrão. Só devo alertar que, diferente do que o INMETRO informa, existe sim um padrão internacional, só que o Brasil é o primeiro país a adotá-lo, como expliquei anteriormente.
Além do INMETRO, encontrei no sítio da Prime, empresa do setor de eletricidade, um documento com explicação mais completa sobre o novo padrão.
Deixo aqui meu pedido de desculpas ao Conmetro, por ter sido preconceituoso diante de minha ignorância sobre o assunto, agora sanada! Parabéns, Conmetro, pela iniciativa!